segunda-feira, 21 de março de 2011

A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DO MUNDO RURAL E URBANO

Profª Áurea Bueno 
HISTÓRIA        

A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DO MUNDO RURAL E URBANO
Explicação de cada termo do título

As relações de propriedade
Desenvolvimento do Feudalismo:: Explicação de cada termo do título
: A mão-de-obra utilizada: servil, livre, assalariada.
: Modo de produção, alimentação, vestuários, habitações, profissões.

As características próprias dos tempos medievos

1.     Sistema feudal
O Feudalismo foi um sistema econômico, social, político e cultural característico da Europa na Idade Média. A idade média ocidental é o período que vai da Queda do Império Romano do Ocidente (capital Roma) em 476, com a queda do Império Romano do Oriente ou Império Bizantino pela tomada da capital, Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453.

2.     Vida dos servos
Os servos diferentes dos escravos tinham direito à vida.
Os servos  conservava parte da produção para si.
Os servos Iguais aos escravos estavam sujeitos à crueldade.
Os servos ficavam presos à terra que cultivavam.
Formavam grandes propriedades, constituindo feudos.
A terra era o bem mais importante fonte principal de sobrevivência e poder.
O poder era descentralizado, dividido entre o rei e os senhores feudais. O rei era o principal suserano. Estava sujeito às obrigações do pacto feudo-vassálico e dependia do exército formado por seus vassalos.

3.     Vida de camponês (servos e vilões)
Os camponeses moravam na zona rural e se viam obrigados a se submeter aos mandos dos senhores feudais. Viviam com o pouco que sobrava de sua produção porque a maior parte era entregue ao seu senhor. As casas eram de madeira com telhado de palha e chão batido. Os camponeses, assim como os trabalhadores da cidade, não participavam das decisões políticas.

4.     Contrato feudo-vassálico: Suseranos e vassalos.
Era o ato pelo qual suserano e vassalo estabeleciam obrigações um para com o outro. Os senhores feudais, grandes proprietários de terras, eram responsáveis pela guerra e pela segurança. Para obter proteção, alguns senhores feudais geralmente procuravam por outro, mais poderoso, jurando-lhe fidelidade. Aquele que pedia proteção era o vassalo e devia obediência e prestação de serviço militar ao senhor feudal mais poderoso, seu suserano. O suserano era obrigado a ceder ao vassalo, um feudo, garantindo-lhe um meio de vida. Nessa sociedade, quanto maior o número de vassalo, maior o prestígio e o poder do suserano.

5.     Sistema de três campos na agricultura feudal: Agricultura e criação.
A terra de cultura era dividida em três campos. A cada ano fazia-se o rodízio, cultivando-se dois campos e deixando o outro em repouso. O objetivo deste sistema de rotação trienal era evitar o esgotamento da terra. Cada família de servo tinha a posse de um lote em cada um desses campos para que sempre houvesse terra disponível para o cultivo.


6. A economia feudal era autárquica, agrícola e voltada para o consumo. Sua unidade de produção dividia-se em:
1. Manso senhorial: (reserva do senhor) de propriedade exclusiva do senhor feudal.
2. Manso servil: o servo tinha a posse útil da terra e o senhor a posse legal.
3. Terras coletivas: pastos que circundavam o domínio, fonte de matéria-prima e caça.
os servos trabalhavam em seus lotes e também no Manso senhorial. os servos tinham uma série de obrigações para com seu senhor. As principais eram a corvéia, as redevances (contribuições) e as prestações.


7.     Impostos: Talha, corvéia, banalidades, dízimos, tostão de Pedro.
Corvéia è trabalho forçado dos servos e vilões no cultivo da reserva senhorial. O pagamento da corveta em geral era fixado em três (3) dias semanais, podendo variar de dois (2) a cinco (5) dias. O trabalho não se atinha só no cultivo, mas também na construção e reparação de pontes, estradas, represas e canais.
Redevancesè eram as contribuições pagas em produtos quanto em dinheiros tais como: capitação, censo, talha, banalidades, taxa de justiça, taxa de casamento ou consórcio, mão-morta, prestações.
Impostos pagos à Igreja è dízimo, tostão de Pedro. 

8.     Redevances:
-          Capitação: imposto por cabeça, pago pelo servo.
-          Censo ou foro: espécie de renda paga somente pelos vilões ou homens livres.
-          Talha: correspondia a uma parte da produção obtida nos campos dos servos ou dos vilões.
-          Banalidades: imposto pago pela utilização de bens do senhor como celeiros, moinho, forno, lagar, tonéis, moradia, etc.
-          Taxa de justiça: cobrado pelo senhor quando o servo era julgado em tribunal presidido pelo senhor ou seu representante.
-          Taxa de casamento ou consórcio: cobrado quando o servo casava com uma mulher de fora de seu senhorio.
-          Mão-morta: tributo pago na transmissão da herança aos herdeiros.
-          Prestações: hospitalidade forçada que os servos e vilões deveriam oferecer aos senhores feudais por ocasião de suas viagens, fornecendo alimentos e alojamento para toda a comitiva.
-          Dízimo: cobrado pelos párocos, correspondente à décima parte da produção de cada família.
-          Tostão de Pedro: impostos especiais cobrados pela igreja e remetidos ao Papa.

9.  Principais características do feudalismo
1. Econômicos
è Economia essencialmente agrária, natural e auto-suficiente: produzia-se para o consumo imediato.
è Trabalho regulado pelas obrigações servis, fixadas pela tradição e costume. 
2. Políticas
è Poder político descentralizado das mãos do rei. O poder era local: cada domínio feudal era independente, ou seja, cada feudo era governado pelo seu senhor.
è Relações entre a nobreza feudal baseadas nos laços de suserania e vassalagem: tornava-se suserano o nobre que doava um feudo a outro, e vassalo, o nobre que recebia o feudo.
3. Sociais: Pirâmide social: reis, clero, nobreza, artesãos, servos, vilões.
è Sociedade rural e estamental, dividida em três estamentos ou ordens sociais, cada qual com uma função:
clero: oração                nobreza: defesa                       campesinato: trabalho (servos e vilões)
è O princípio de estratificação era privilégio de nascimento. Cada indivíduo permanecia preso à sua posição na sociedade, o que caracterizava uma imobilidade social e estabelecia um regime de desigualdade.
4. Culturais
è Cultura teocêntrica, isto é, todo o poder político girava em torno da autoridade religiosa, da fé.
è Predomínio da Igreja, que determinava o modo de pensar e de viver da sociedade.
è Condenação pela Igreja dos juros (usura) e do lucro.
è Fenômenos naturais explicados pela fé. A sociedade medieval era profundamente religiosa. Era comum a celebração de ritos para fazer as plantas crescerem, para conseguir boas colheitas, para pedir a chuva, etc. 

10.     Diferença entre feudo e burgo
FEUDO
As sociedades feudais se caracterizavam por uma economia baseada na produção agrícola.
Esta produção estava organizada em Feudo.
Cada feudo produzia quase tudo o que seus moradores precisavam.
O comércio quase não existia.
Era mais vantajoso ser agricultor do que comerciante.
BURGO
Com as Cruzadas, os reis e senhores feudais ficaram conhecendo produtos orientais como a seda, a porcelana, os tapetes e as especiarias. Só eles tinham condições de comprar estes artigos.
Para vender estes artigos os comerciantes passaram a se reunir nos entroncamentos das estradas próximos às muralhas dos castelos. Essas feiras duravam meses.
Nesses lugares surgiram estalagens e outros serviços como os dos ferreiros e dos seleiros. As pessoas vieram morar nestes lugares que se modificaram em aldeias. As aldeias cresceram formando as cidades. Estas cidades eram chamadas de BURG que na língua germânica significava FORTALEZA se referindo as muralhas dos castelos. As pequenas cidades foram chamadas de burgos e seus moradores de burgueses. 

11.  Modos de produção feudal
a)     A produção realizava-se fundamentalmente nos feudos ou domínios, grandes propriedades cujos detentores eram os nobres e o alto clero. A exploração das terras era realizada através do trabalho servil.
b)     Nas relações de servidão, o trabalhador direto cultivava uma parcela de terra cedida pelo seu senhor, e era obrigado a trabalhar nas reservas senhoriais (terras que o senhor reservava para si).
c)     Para usufruir a terra cedida pelo senhor, o servo era obrigado a pagar impostos e taxas, que variavam de região para região. Trabalhava uma parte do tempo para ele (sua subsistência), outra para acumular os produtos com os quais pagaria os impostos e taxas e ainda tinha que trabalhar nas terras senhoriais (corvéia).
d)     O camponês estava submetido à servidão pelo fato de não possuir a propriedade da terra. Sua submissão era garantida por meio de coação militar e jurídica, além de ideológica, garantida pela Igreja, que divulgava um conjunto de valores que justificavam a exploração como, por exemplo: “Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros servos, de tal maneira que os senhores estejam obrigados a venerar e amar a Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e venerar o seu senhor” (St. Laud de Angers).   “Deus fez três tipos de pessoas: umas para rezar, outras para guerrear e outras para trabalhar”. A Igreja era mediadora de Deus, a única e indivisível. A religiosidade norteava todas as ações humanas da guerra à paz, da vida `a morte, da pobreza à riqueza.
e)     Mesmo se baseando na produção agrícola não significa que a atividade comercial tenha sido interrompida de forma definitiva. O comércio regional de matérias-primas e produtos artesanais era significativo e representa a divisão de trabalho que se desenvolveu no interior da sociedade feudal. 
f)      Além do comércio regional, grande quantidade de produtos continuava chegando à Europa vindo do Oriente. Mercadores árabes e sírios visitavam as cidades periodicamente. Pode-se afirmar que o comércio entre o Ocidente e o Oriente não foi interrompido durante a época feudal.

12. Vassalagem: Sistema de relações militares que existiu durante a Idade Média, no qual um indivíduo chamado de vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, serviços militares em troca de terras e de proteção militar. Um senhor feudal podia ser ao mesmo tempo, suserano em relação a uma pessoa e vassalo em relação a outra. caso um vassalo se rebelasse, os outros vassalos eram convocados a combatê-lo. os vassalos também podiam ser chamados para combater uma rebelião de servos ou uma disputa entre suseranos, ou ainda lutar contra outros povos em caso de guerra.(História Hoje. 6ª série. Ática: 2008).


Estudar Historia é ir além dos fatos: é buscar compreender as estruturas e as conjunturas, isto é, o conjunto das relações entre as partes que determinam como a sociedade funciona.
           

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