sábado, 17 de maio de 2014

Resposta a Gustavo Ioschpe

RESPOSTA A GUSTAVO IOSCHPE – REVISTA VEJA 14/04/14. A respeito de sua reportagem Professores, acordem! Extrato onde o senhor afirma: “(...) A imagem que vocês vendem não é a de profissionais competentes, mas a de coitadinhos, estropiados e maltratados”. Sou funcionária pública, professora aposentada e no momento, como a maioria dos brasileiros que trabalharam e se aposentaram, preciso completar minha renda familiar com o salário de um novo trabalho que é o da coordenação, também obtido por concurso público. Conheço a realidade da Educação deste país! Não só da Educação, mas da Saúde, da Habitação, da Segurança, do Transporte e de outros tão importantes quanto estes elencados. Senhor Gustavo Ioschpe, pensei em ignorar sua reportagem, mas uma palavra me chamou a atenção: coitadinhos! E, como professora e coordenadora, ou seja, PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO não poderia deixar que isto acontecesse. Posso afirmar com quase toda certeza que coitadinha, foi a senhora sua mãe, com todo respeito. Porque foi da “coitada” que ela suportou que Vossa Senhoria nasceu. O senhor usa termo geral quando afirma “vocês”. Aprenda que não é ACONSELHÁVEL e até RESTRITO usar termos generalizados porque, não teria capacidade e muito menos competência para comprovar cientificamente e de forma estatística que são TODOS. A propósito, aprendi desde criança que tratamos as pessoas de forma respeitosa, principalmente quando não as conhecemos. Então, devem-se usar os termos Senhores e/ou Senhoras, atitude apropriada e respeitosa. O Senhor ainda nos rotulou de uma maneira pejorativa ao usar, novamente, termos impróprios como “estropiados”. E, afirma que esta imagem nós (generalização) a vendemos. Consulte o dicionário (espero que conheça) e o Senhor verificará que significa: aleijado, mutilado, que perdeu algum membro. Ofensivas! A origem da palavra vem de tropa, grupo de animais. Outra injúria! Sou animal sim, MAS RACIONAL. Não faço parte de uma tropa de animais! Então Senhor Gustavo Ioschpe: RESPEITE-ME E AOS MEUS COLEGAS! Outra rotulação utilizada na reportagem foi o termo: “maltratados”! Parabéns! O Senhor foi correto na sua afirmação. Pois foi assim que me senti: injuriada, insultada, ofendida, prejudicada e ultrajada. MAS NÃO COMO “COITADINHA”! Mas como profissional competente e capaz, que já tem em seu currículo mais de 10 aprovações em concursos. O Senhor conhece as Leis? Códigos Civil e Penal? Presumo que sim. Não conheço o Senhor a não ser pelo absurdo que escreveu. Li a reportagem não foi em um exemplar de banheiro público, mas, porque assino a mesma! Faça um favor a si mesmo! Levante seus glúteos, saia de sua zona de conforto, sala climatizada e tudo o mais (não que o Senhor não tenha direito ou não mereça. TODOS BRASILEIROS MERECEM!) e vá verificar as mazelas e o sucateamento da Educação, Saúde, Habitação, Segurança, Transporte e outras obrigações inegáveis do poder governamental. Vivencie o dia de estudantes e professores estudando em escolas sem as mínimas condições de funcionamento, sinta o desespero e a dor daqueles que perdem seus entes queridos após uma maratona em busca de socorro médico, experimente a desesperança e o desconsolo daqueles que perderam suas casas nas enchentes, que habitam em locais sem saneamento básico ou não tem uma casa, entenda a dor e o desespero dos familiares e amigos daqueles que perecem durante assaltos, entenda a impotência e a preocupação daqueles que perdem dia de trabalho ou levantam de madrugada para trabalhar por falta de transporte e tantos outros. SAIA DA SUA BOLHA DE PLÁSTICO! Áurea Barboza Bueno Professora e coordenadora